A proposta da série The Florida Man, da Netflix, não é de inovar. Com a narrativa clássica de filmes noir, mas as versões dos anos 1980s, é uma história sobre um golpe dentro de um golpe que é outro golpe. Daquela que ninguém está fazendo exatamente o que diz. Graças ao carisma de Édgar Ramírez lidamos com os clichês sem sofrimento, mesmo sendo muitos.

Ramírez é Mike Valentine, o “homem da Florida” do título, um ex-policial com muitos problemas e vicio de jogo, tanto que perdeu o emprego, o casamento e que vive de bicos na Filadélfia. Ele é contratado pelo criminoso Moss Yankov (Emory Cohen) para localizar sua namorada, Delly (Abbey Lee), que fugiu para – isso mesmo – Flórida, um lugar que Mike abomina acima de tudo. É apenas o começo de um romance proibido, uma busca ao tesouro escondido e alguns acertos de conta.
Para contextualizar a piada que só faz sentido em inglês, “Florida Man” se refere uma conta no Twitter com o identificador @_FloridaMan, que por volta de 2010 começou a publicar manchetes de notícias com a frase “Florida Man” nelas. Eram todas histórias absurdas de crimes que pareciam mais ficção do que realidade, super estranhas e sempre citando um “Homem da Flórida” nelas. Isso gerou uma espécie de “entidade” nas redes sociais, puramente ficcional, que é explorada aqui com humor. Algumas das cenas mais bizarras – incluindo uma explosão inusitada – é baseada em fato real, por exemplo, onde “um homem da Flórida” foi aos ares em um banheiro público. É apenas um dos exemplos.
O diretor Donald Todd juntou várias histórias para criar a aventura de Mike Valentine. São sete episódios que se amarram na conclusão “surpresa”, e é uma opção sem compromisso de diversão para maratonar no feriadão. Apenas se deixando levar pela loucura do mundo real.
