Talvez sabendo da proposta ousada de Citadel, de conectar sua história ao redor do mundo, a gente consiga sustentar interesse na série, mas, por hora, é mais um conteúdo de ação que parece um teste de 007 para Richard Madden. Em outras palavras? Nada que não tenhamos visto, consumido e revisto ao longo de décadas no cinema e na TV. Não está legal.
Citadel é o nomede uma misteriosa organização global de espionagem que tem uma diferença. Como é independente, não se submete à interesses de Governos ou políticos, é encarregada de manter a segurança de todas as pessoas ao redor do mundo. Pois é, um argumento ousado: mercenários do bem! O rival da Citatel é o sombrio sindicato Manticore, esse sim um grupo de mercenários que só quer dinheiro. Quem nos apresenta o complexo universo que viaja pelo mundo são os agentes Mason Kane (Richard Madden) e Nadia Sinh (Priyanka Chopra Jonas), que na abertura da série são traídos, atacados e têm suas memórias apagadas enquanto escapam com vida por pouco.

Os reencontramos 8 anos depois, Kane agora é um homem casado e que não faz ideia de seu passado e tem uma nova identidade: Kyle Conroy. Mesmo no meio do nada, é rastreado pelo ex-colega da Citadel, Bernard Orlick (Stanley Tucci), que precisa reativá-lo como “Mason” para impedir que Manticore consiga acessar dados e senhas que colocarão o mundo em risco. Bernard igualmente precisa ‘reativar’ uma igualmente-escondida-sob-outra-identidade Nadia, que nos oucupa nos episódios iniciais. Juntos, Mason e Nadia têm que rodar o mundo na tentativa de parar os vilões, porém segredos de seus passados e de seu relacionamento os surpreendem.
Supostamente, também surpreenderia a nós. As viradas de trama que são tão inesperadas como acreditar que alguém morreu para descobrir que (ainda) não, ou que a família de Mason também tem segredos é um desfile de clichês, explosões e uma trajetória simplesmente entediante.

Citadel é uma super-produção da Amazon Prime Video e tem a assinatura do showrunner David Weil (Twillight Zone 2020, Solos, Hunters), mas não engaja. Quer dizer, se você busca algo a mais do que coreografias de tiroteios e lutas. Isso tem aos montes. Talvez se seguisse a linha de Ghosted, que ficou em um filme, passasse. Mas são SEIS episódios para esticar uma trama sem nada de inovador. Em entrevistas o showrunner defende que, ao contrário da franquia Bourne, do James Bond ou até mesmo Ethan Hunt de Missão Impossível, Citadel ‘inova’ trazendo a domesticidade da vida dos espiões para trama. Discordo, com dor no coração porque estava animada quando vi o teaser e o elenco, que inclui Leslie Manville em um papel maravilhoso.
Infelizmente falta nos conteúdos da Amazon Prime Video uma boa história. Citadel deve ter mais temporadas, mas não passa de uma distração sem nada original, além de posar como original. Ah! Sobre Richard Madden como potencial James Bond? Há anos está na lista, tem potencial!