Já passamos oficialmente da metade da 1ª temporada de And Just Like That, mas andamos pouco em termos de história. Em um primeiro episódio com pressa de nos atualizar, e de (por sorte) matar Mr. Big, agora estamos há cinco com Carrie sofrendo na viuvez, gastando milhões de dólares em trocas de imóveis. Teria ela trocado o vício por sapatos por imóveis? É o que parece.
Primeiro: de um estúdio ela passou a ter um prédio. Jamais tínhamos visto o lobby do prédio, ela segue trancando o apartamento, mas chama de “townhouse”, ou seja, ela é dona do prédio que chama de casa. Segundo, fechou o apartamento da 5ª avenida que vivia com Big, colocou tudo em um depósito espaçoso e acaba de comprar uma cobertura downtown. Em meia hora, viu, não gostou, comprou e pôs à venda. O alarme que estava alucinando nossa escritora favorita era o de perigo. Vai gastar a fortuna que herdou sem nem sair de casa.



A viuvez não combina com Carrie. Ela está amarga, com dores físicas que surgem e vão com rapidez, está alheia aos dramas das amigas… deu uma lição de moral em Miranda para não se afastar (“não podemos perder outra Samantha”), mas não pára para ouvir a razão pela qual a amiga está infeliz, bebendo e completamente perdida. Tampouco parece estar ajudando a Charlotte com as filhas, uma delas querendo mudar o gênero. Stanford se foi para o Japão e ela segue colada em Anthony como nunca antes, nem lamenta a falta do amigo.
E é um pouco isso, quando Carrie está com sua alma anestesiada, assim fica a série também. As personagens novas não se integraram à história em andamento, apenas Che está com relevância, mas isso porque sua personagem é catalizadora de mudanças, algo que as outras não trazem para a narrativa. Uma falha grande, ao meu ver.

Com Carrie nesse estado, sobra para Miranda e Charlotte preencherem o vazio, mas isso reforça a falta que Samantha Jones faz na fórmula. As duas são cansativas, opostas em seus pontos de vista – prático ou romântico – e isso contribui para o tédio. Miranda de repente se descobre apaixonada por uma mulher. É apenas por frustração ou sentimentos reais que abafou para pertencer?
Porque acompanhamos as gravações, sabemos que Carrie vai conhecer um novo interesse amoroso no próximo episódio, mas ainda ligada à Big. Como antecipei, as gravações de Paris são as finais da temporada, quando ela decide jogar as cinzas de seu grande amor na cidade onde se reencontraram. Chris Noth chegou a gravar cenas (que seriam flashbacks ou sonhos de Carrie), mas, diante dos problemas atuais de bastidores envolvendo o ator, foi deixado de lado. Pode ter sido falta de sorte ter apostado todo arco de Carrie apenas na perda do marido. Ela precisa voltar à vida. E rápido!



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