Eu falei que precisávamos de uma série sobre a princesa Leia, uma das mais icônica heroínas femininas do cinema e estamos tendo uma palinha com Obi-Wan Kenobi. Interpretada pela carismática, fofa e excelente atriz-mirim Vivien Lyra Blair, estreando com responsabilidade um papel complexo.



Como sabemos, após a morte de Padmé (Natalie Portman), no parto, Obi-Wan (Ewan McGregor) e Yoda concordaram em dividir os filhos gêmeos de Anakin Skywalker (Hayden Christensen), também supostamente morto, para protegê-los do Império. Leia foi adotada pelo Senador Bail Organa (Jimmy Smit) e Luke foi levado para a família de Anakin, em Tatooine. Obi-Wan fez o pacto de estar sempre próximo do menino, mesmo que escondido. Na verdade, essa opção o colocou em maior risco de ser encontrado, mas, em 10 anos, conseguiu o isolamento. Porém, sem que soubesse, não apenas Anakin sobreviveu como se tornou Darth Vader, sedento por vingança.


Com Obi-Wan sendo a obsessão do vilão e de seus ajudantes, a esperta Reva (Moses Ingram) bolou o plano de sequestrar a pequena Princesa Leia (Vivien Lyra Blair) para forçar que o Senador Organa pedisse ajuda ao mestre Jedi para salvar sua filha. Reva nem desconfia que tem em mãos um dos – ou o maior – trunfos da história, pois ninguém sabe da paternidade real de Leia. A princesa inclusive deseja e indaga se Obi-Wan não é seu pai biológico, o que alguns acharam ofensivo quando ele respondeu que “gostaria que tivesse sido”.


Aqui meu parênteses, não foi uma alusão romântica à Padmé. Obi-Wan tinha carinho pela princesa e mais ainda por Anakin. Como esteve presente no parto dos gêmeos, passou a se sentir ligado aos dois, só contribuindo para que o ciúme de Anakin tivesse fundamento. Mais tarde, como sabemos, Luke não pestaneja em se jogar no vazio em vez de escolher ficar ao lado do pai. Sua ligação é sempre em relação a Obi-Wan, jamais outro.
Mas voltemos à série da Disney Plus. Faltam apenas dois episódios para sua conclusão, sabemos que a timeline nos dá spoilers de que Darth Vader, Obi-Wan e Leia sobrevivem e ficam bem, nem tanto sobre o destino das personagens “novas”, como Reva. A essa altura, Leia já caiu nas mãos dos vilões e escapou três vezes, cansando o já quase idoso Obi-Wan, mas reforçando a conexão entre os dois. Apenas ele entende a razão da Força ser tão forte na princesa, nem ela desconfia, mas é firme, briguenta e corajosa como a vimos anos depois.


Em tempos atuais, pelo menos a personagem de Obi-Wan não tem sido tão anulada como de outros heróis masculinos (sempre pensando em você, Jon Snow!) porque Leia sempre foi um símbolo do feminismo, sem jamais depender dos homens, nem mesmo quando tinha apenas 10 anos. De certa forma, a série tem sido mais sobre ela e Reva do que o velho mestre jedi.


A essa altura, Darth Vader ainda não esteve com a filha pessoalmente, mas certamente seus destinos vão cruzar. Ele infligiu dor física no seu antigo mentor quando duelaram pela primeira vez em 10 anos, mostrando sua superioridade nas lutas marciais e controle da mente. Mas Obi-Wan não pode ser subestimando. Ewan McGregor está como sempre maravilhoso na personagem e todos os clichês que estamos vendo, não importam. A série não é para inovar, é para alimentar a nostalgia. E está acertando. No coração.
