No terceiro episódio de Ligações Perigosas, Pascal de Valmont (Nicholas Denton) aceita o desafio imposto por Camile (Alice Englert) de seduzir uma mulher religiosa e impossível de conquistar, Jacqueline de Montrachet (Carice van Houten, de Game of Thrones). Pascal não desconfia – nem ninguém ainda – qual é a verdadeira ligação de Jacqueline com Camille, nem mesmo o que motiva tamanho ódio. Com poucos flashbacks, já sabemos que foi Jacqueline que expulsou Camille de um rico palácio e que a jovem tentou se matar, indo parar na prostituição para sobreviver.

Quando a série foi anunciada, um spoiler pode ter escapado pois a personagem de Jacqueline existe apenas na série e foi descrita em um portal como “a mãe de Camille”. No entanto, até o momento não fica claro que esse seja o caso ou a verdadeira razão ou qual pecado capital que levou a Camille ter sido expulsa, mas descobriremos em breve.
A conexão dos ex-amantes agora está ainda mais complexa. Sem as cartas que davam uma segurança material (através de chantagens), Pascal passou a ter que realmente trabalhar para se sustentar. Porém um tipo como Javert de Les Miserables, Gabriel Carré (Hilton Pelser), obcecado por Camille fez da vida de Valmont um inferno e não resta muitas opções para ele do que aceitar o desafio imposto por Camille para recuperar um estilo de vida melhor. Só que não será fácil. Jacqueline é de fato uma cristã fervorosa e a primeira tentativa de aproximação deu errado. Nada como uma observação melhor: Valmont já conseguiu reverter a situação.


Jacqueline de Montrachet é casada – sem amor – com Henri de Montrachet (Tom Wlaschiha, outro saído de Game of Thrones, onde interpretou Jaqen H’ghar) e, se a versão de que é mãe biológica de Camile for verdadeira – me parece que terá pego a filha sendo abusada sexualmente pelo pai (ou padrasto). Teoria pessoal.
A atriz Carice van Houten a princípio estranhou a proposta de revisitar uma história tão definitiva como a do filme, mas depois gostou da visão feminista da série e o fato de que dará vida a uma personagem original. “O personagem na verdade não existe no livro, então também foi uma grande oportunidade para mim construí-la. Na verdade, gosto bastante do fato de que, embora sejamos muito diferentes e obviamente haja tensão entre as duas mulheres, elas também têm coisas em comum”, ela disse em uma entrevista. “Elas, de certa forma, têm coisas em comum. Por causa do passado delas – que eu realmente não posso estragar – há muita tensão, mas também há amor por baixo. E é por isso que complica bastante”, revelou com cuidado.
O visual pensado para Jacqueline – a dama de branco – agradou a atriz. “Gostei bastante do fato de ela estar vestida de branco e ter aquele ar inocente. E ela faz coisas boas, mas carrega consigo uma grande tristeza e grandes segredos, e isso pesa muito nela. O fato de ela estar em um casamento completamente sem amor também não ajuda. Sim, eu gosto de brincar com onde a simpatia e as mudanças [estão], e deixar as pessoas um pouco confusas sobre isso”, disse ela.


Seja como for, o mistério em torno de Jacqueline promete ser a grande surpresa da 1ª temporada. O Marquês de Merteiul (Michael McElhatton, o Roose Bolton de Game of Thrones) já está tratando de considerar uma segunda esposa e sabemos quem vai ganhar o título, portanto a relação tóxica e passivo agressiva entre Camille e Jean tende a piorar. Jacqueline é ligada à ele, como ele não teria reconhecido sua filha? Será que Camille era sua funcionária? Saberemos.
Nas adaptações da história, achei forçado trazerem o Chevalier Danceny para trama forçado, afinal ele era um garoto quando Camille o incluiu no seu jogo, porém quem leu o livro sabe que ele é essencial para a história (ele que publica as cartas), portanto dá para passar.
Enquanto não amarram o propósito de Carré na história, também não gera empatia a perseguição na história, mas ainda estamos chegando à metade da temporada com o 4º episódio propriamente entitulado de Você não me Conhece. Prazer, Jacqueline de Montrachet!


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