Em seus curtos 27 anos de vida, Janis Joplin marcou a cultura do século 20, como referência de inovação, talento e excessos. No dia 19 de janeiro de 2023, se tivesse sobrevivido à sua dependência química e alcoolismo estaria completando 80 anos.
Tendo nos deixado tão jovem, as perguntas de ‘como seria’ se multiplicam nas datas que a lembramos. Ela tinha muitos sonhos, até porque temia perder a única coisa que a colocava fora da listas dos párias de uma sociedade casta, a sua voz. E ela não apenas ficou registrada com filmes e discos, mas pela paixão de seus fãs, muitos como eu, que só a descobriram muito tempo depois que nos deixou, em outubro de 1970. Seu legado? Autenticidade. Não houve ninguém antes dela como Janis Joplin.
Depois de passar por bullying na escola e na faculdade, de ser classificada como desajustada, desequilibrada e “estranha”, era apenas no palco onde liberava sua dor com transparência e fervor que se sentia aceita. Hoje é mais comum falar de saúde mental, de se colocar como mais importante do que os padrões esperados, mas quando Janis crescia, nos anos 1950s, ter uma personalidade criativa como a dela era visto de forma negativa e ela sofreu muito por isso. Definida como uma pessoa selvagem, vulnerável, extrovertida e carente, ela vivia o rock, as drogas e o blues com toda intensidade possível.


O filme A Rosa, de 1976, tentou mostrar um pouco como era a vida de uma estrela como Janis. Todos os vícios eram encorajados se o artista fosse fisicamente capaz de se levantar e cantar, o que acelerou o processo de autodestruição de uma pessoa tão machucada como ela. Sua autenticidade veio com alto preço, mas embora amada mundialmente, nunca conseguiu conquistar os que mais a rejeitaram. Como ela descreveu em uma de suas cartas para seus pais: “Por favor, acredite, você não pode querer que eu seja uma vencedora mais do que eu”. E foi Janis, você foi.