Keeley Jones e a síndrome da Impostora em Ted Lasso

Keeley, Keeley, Keeley. Como tudo poderia dar certo e está claramente dando errado? Só tem uma pessoa que odeio mais do que Rupert (Anthony Head) e Nate (Nick Mohammed) e essa pessoa é Barbara (Katy Wix). A CFO da empresa da nossa querida marketeira que conseguiu destruir uma construção árdua de auto estima de uma pessoa capaz e genuinamente boa como Keeley Jones (Juno Temple) por puro preconceito. Odeio a Barbara. Quantas Barbaras não enfrentamos todos os dias?

Quando Keeley falou no final da 2ª temporada que ia abrir um negócio próprio com o investimento do Bantr, achei que ela seria a chefe da empresa ‘dela’. Mas não, pelo que parece ela foi contratada como diretora de marketing do APP, por isso “herdou” uma equipe que já trabalhava na área e uma Diretora Financeira que é uma bully. A atitude de Barbara e sua maneira de falar, desfazendo de Keeley em tudo, é, para mim, um absurdo. Porém quem já liderou equipes sabe da dificuldade – em especial de mulheres – de superarem a famosa Síndrome de Impostora. Isso mesmo, estamos vendo Keeley arriscando tudo que alcançou por pura insegurança.

Depois de tudo que alcançou, como ela pode duvidar de si mesma? Vamos recapitular.

Keeley Jones (Juno Templo) era o que chamamos de Maria-Chuteira, mulheres que sempre namoram jogadores de futebol e viram celebridades por aproximação. Tanto que ela se apresentou a Ted no início da série como uma pessoa “famosa por quase ser famosa” e efetivamente uma mulher que se anulava pelos homens em sua vida. Estava em um relacionamento desequilibrado com Jamie Tartt (Phil Dunster), era julgada por sua origem simples e sua “carreira” de celebridade. Com o apoio de Ted Lasso (Jason Sudeikis) e Rebecca Welton (Hannah Waddingham) ela conseguiu superar as amarras que a prendiam nesse papel limitante. Foi uma trajetória deliciosa de acompanhar.

O relacionamento com Roy Kent (Brett Goldstein) também ajudou a Keeley a se reinventar, com uma parceria saudável, transparente e emocionante que encontrou um impasse quando, como muitos, eles esbarraram com as demandas profissionais no caminho da vida pessoal. Justamente quando Keeley, depois de até ter sido matéria da Vanity Fair, onde ela já sinalizava estar vivendo a síndrome de impostora.

Essa desordem psicológica que é conhecida como uma linha de pensamentos que reforçam a perda de confiança em si mesma, questionando se tem algum merecimento pelo que alcançou, tem sido estudada e afeta em especial – que surpresa – as mulheres. Mais de 50% das executivas temem que as pessoas de sua equipe e trabalho a considerem inepta para a posição onde estão. Claro que é resultado direto de uma cultura machista que alimentou a insegurança feminina. Não é vitimismo, é realmente complicado superar. No caso de Keeley, ultra esperado e alimentado por Barbara.

O preconceito de Barbara fica ainda mais claro quando ela se derrete diante de Rebecca, que é bem nascida e não uma ex-namorada de jogadores.

O que é pior nisso tudo é que ao estar tão vulnerável ela não identificou ainda a falsiane que Shandy é. Shandy tem abertamente inveja de Keeley e diferentemente dela, não tem nenhuma vergonha de atropelar quem seja para alcançar seu objetivo. A entrada de Jack Danvers na história promete render bem mais. A investidora do App, com nome de homem mas uma mulher, se entendeu com Keeley e está observando tudo atentamente. Keeley, se achando uma farsa, acha que está sendo julgada negativamente, mas eu tenho certeza de que é o contrário.

No entanto, me preocupo com Keeley. Estamos nos aproximando do fim, podemos esperar que ela e Roy voltem? Que ela volte para liderar o Marketing do AFC Richmond? Acima de tudo, podemos vê-la superando suas dúvidas?

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