O ano decididamente não tem sido bom para Ted Lasso (Jason Sudeikis), que pela primeira vez tem sido considerado problemático até por dois apoiadores, Rebecca (Hannah Waddingham) e Higgins (Jeremy Swift)! Pelo menos nesse antepenúltimo episódio, todos menos Ted parecem estar com a vida melhorando. Para contextualizar, Ted até ganhou algum controle sobre seus ataques de pânico, mas sua cabeça nunca está no jogo. Pensa no filho, que tem dado problemas, não tem ninguém em sua vida e o trabalho não tem exatamente preenchido tudo. Mas sua fé? Segue – em discurso – inabalável. Mais sobre isso à frente.
A onda de derrotas do AFC Richmond teve o efeito esperado: além de caírem, Zava (Maximiliam Ozinski) desaparece, do nada, anunciando sua aposentadoria via redes sociais. Sem sua principal estrela, o time tem toda cara de estar encaminhado para o rebaixamento. Obviamente é um problema técnico e Higgins alerta Rebecca que eles terão que fazer uma decisão difícil em relação ao amigo deles, algo que por hora ela não quer materializar nem por palavras hipotéticas. Como sabemos que Ted está questionando sua estadia na Inglaterra, o arco está traçado.
As vidas dos jogadores e técnicos circula muito sobre a incompetência deles se organizarem taticamente, e as piadas já estão se repetindo e até cansando um pouco. Não acredito que estou falando isso. Estão tão desesperados que até Trent Crimm (James Lance) é consultado para dar pitaco. Irritante, mas eu sempre dei razão à Nate (Nick Mohammmed) sobre o descaso de Ted com o jogo.


Falando em Nate, sua vida longe de Ted, de Richmond e até um pouco de Rupert (Anthony Head) está indo de bem ao melhor. O West Ham está entre os quatro primeiros, ele tem saído com modelos e no final das contas, finalmente, quebra o gelo de Jade. Como ainda não perdoei Nate – não por seguir em frente, mas por ter sido cruel com Ted – não gostei de vê-lo com tudo que sonhou acontecendo. Só falta Ted sair, Rebecca chamar Nate e ele ‘salvar’ o AFC Richmond dando ao time o primeiro título da Premier League. Será cedo de mais para esquecer como ele decidiu sair e como ele escolheu ser grosseiro sobre seus amigos. Não usem o ‘foi culpa do Rupert’ porque de novo, foi Nate que escolheu o caminho. Que obviamente pelo que vimos, pra ele, deu certo.
Rebecca está obcecada com o que a vidente Tish falou e está querendo pular para a parte na qual ela “será mãe”. A trolagem de como ela e Ted são efetivamente perfeitos um para o outro segue firme (ah, #Tedbeccas, sofremos!) e é isso: tanto ela como Ted pensam em suas famílias, em suas vidas pessoais até quando o mundo profissional está desmoronando. Como dona do time, ela deveria estar trocando a equipe tática que obviamente não está funcionando, mas ela está mais ocupada com seus dramas. Como ela disse a ele no episódio passado, eles se entendem porque são tão complicados. E no caso dela, está sozinha. Sua melhor amiga e confidente, Keeley (Juno Temple) está já em outra.

Keeley tem sido um problema para mim nessa temporada. Ela fez a mesma decisão que Nate de deixar o AFC Richmond, mas soube cuidar da transição com transparência e profissionalismo. Ainda assim, em novo território, passou por situações adversas que a deixaram vulnerável. Especialmente porque Roy (Brett Goldstein) rompeu do nada o namoro dos dois.
Nossa querida assessora de imprensa conseguiu dobrar Barbara e colocá-la no lugar, até ganhando menor desconfianças, mas sua principal vitória foi mesmo romper com Shandy (Ambreen Razi), a falsiane que estava criando problemas e querendo o seu lugar. Mas aqui está outro problema do arco de Keeley: como esperado, ela e Jack (Jodi Balfour) entendem que tem uma forte química entre elas e embarcam em algo a mais. Por mais que Keeley segundos antes assuma que ainda está magoada com Roy, me incomoda que Keeley jamais possa ser uma mulher sozinha e independente sem misturar seu trabalho com o coração.
De um episódio para o outro, a Síndrome de Impostora que a estava atormentando há temporadas, ficou no passado, mas isso é bom, é uma evolução porque Keeley é excelente profissional. Porém ela SEMPRE mistura trabalho com prazer. Era namorada de Jamie, quando passou a cuidar do AFC Richmond se envolveu com Roy e agora que é a RP do Bantr se envolve com a principal investidora do App? Sei que acontece e tal, mas queria que Keeley estivesse feliz e em uma relação saudável. Ela simplesmente repetiu todos os erros – Jamie, Roy e agora Jack – de se desvalorizar como mulher sempre colocando o lado pessoal como um dos impulsores de sua carreira. Ela pode ter uma relação homoafetiva, Keeley nunca foi tediosa, mas o que não achei legal foi novamente colocá-la em situações anti éticas, como ter um romance com a chefe.
E sabemos que o aparente tropeção da série foi calculado quando Ted nos faz um belíssimo discurso motivacional para não esquecermos de manter a fé nele e na série. Honestamente, foi lindo e importante, mas nenhuma atitude que nós vimos do técnico até agora dão veracidade ao que ele prega. Ted pede aos jogadores para ignorarem superstições, e cartazes e acreditarem neles mesmos. Afinal, ele tinha acabado de conseguir controlar seu ataque de pânico, então estava inspirado. Mas nada do que ele realmente sente sinaliza que ele acredita no que diz. A vida pode ter pequenos milagres, mas o que ele precisa é um senhor sinal de que está certo. Como sempre, acredito em Ted (pero no mucho más).

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