As últimas semanas de 2021 foram decisivas para Ghislaine Maxwell. Um pouco mais de um anos depois de ter sido presa, em julho de 2020, ela foi a julgamento por sua ligação e participação no esquema criminoso de Jeffrey Epstein. Agora ela espera o veredito que pode condená-la a mais de 80 anos atrás das barras, algo que é a mesma coisa que prisão perpétua para ela.

A acusação quer encerrar qualquer dúvida quanto ao envolvimento direto de Ghislaine nas relações sexuais abusivas de menores e a exploração de mulheres, toda coordenada por ela e Epstein por mais de uma década. A empresária, que já vem de um passado dramático com a misteriosa morte de seu pai, foi namorada do milionário, e era sua melhor amiga até sua morte, em 2019, quando foi encontrado enforcado em sua cela.

A defesa alega que Ghislaine está pagando o pato sozinha por crimes não cometidos por ela, uma vez que Epstein morreu, e que é quase tão vítima das circunstâncias como as meninas que a acusam. Outra estratégia da defesa foi a de questionar a integridade e memória de algumas das acusadoras.

Pelo que acompanho do caso – há anos – me pareceu ousado e quase ofensivo que Ghislaine insista em manter que sua relação com Epstein não era mais nem romântica (o que era possível) nem próxima (inegável).

Apesar da grande equipe de defesa que juntou para ajudá-la, dificilmente Ghislaine Maxwell conseguirá sair livre. Sim, ela insiste em total inocência e não fez acordo para reduzir a sentença, entregando o resto dos envolvidos. Os argumentos foram encerrados na segunda-feira e os jurados ainda não conseguiram unanimidade. Passaram a terça-feira discutindo e pedindo para revisar depoimentos.

Uma coisa é certa, seu reveillon não será dos mais animados.