Como fã de Madonna estranhei que ela já estivesse trabalhando em uma biopic sobre si mesma porque sua obsessão pelo tempo, tema de 9 entre 10 de suas canções, sempre ressaltam que ela não gosta de desperdiçar energia. Faz sentido que ela queira ter 100% do controle do conteúdo, ela sempre foi conhecida por ter o controle artístico de tudo, tanto que ela mesma escreveu o roteiro e ia dirigir o filme, temporariamente entitulado Live to Tell. Por outro lado, intensa e sempre focada no presente, ela pôs os planos de lado para embarcar em uma longa turnê mundial que celebra seus 40 anos de carreira. Madonna no palco é mil vezes melhor e maior do que Madonna nas telas. Boa opção.



E o filme? Bom, está oficialmente arquivado. Estamos acompanhando há anos essa relação e o desenvolvimento do projeto, que teve Diablo Cody ajudando inicialmente no roteiro, a busca pela atriz que ia interpretar Madonna, a entrada de Erin Cressida Wilson, de A Garota no Trem no final para trabalhar no enredo que ia focar no início da carreira da cantora e terminar com a turnê Blond Ambition, em 1990. Julia Garner aparentemente bateu Florence Pugh pelo papel e estava passando por árduo processo de preparação pelo papel, aprendendo a cantar e dançar sob a supervisão direta da cantora. E os ensaios diários corriam por 11h seguidas, segundo relatos.


As notícias são de que o filme foi cancelado. Eu reforço o arquivado pois obviamente com tantas cinebiografias, a de Madonna um dia sai do papel, só não sei com tanta Madonna atrás das câmeras, entende?
A ordem dos fatos é o que agora está gerando buchicho. Teria Madonna embarcado na turnê porque o filme foi cancelado ou foi arquivado porque, aos 64 (65 esse ano!) ela preferiu fazer sua grande turnê mundial? Escolha a sua versão. Acho que foram as duas coisas. Madonna é inquieta e estava se dedicando ao filme, mas é como performer que ela nos encanta e depois de tanto tempo, melhor voltar aos palcos enquanto tem força para fazer o que gosta: cantar e dançar. Eu estou sempre com ela.