A tradição de Giselle, um dos maiores e mais populares balés clássicos (com 182 anos) se mantém pela simplicidade da trama e a beleza da música e da coreografia. E é o espetáculo que abre a temporada do Balé do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, entre os dias 5 a 15 de abril.
Aqui em Miscelana, Giselle é um tema recorrente, analisando intérpretes, histórico e personagens. A temporada atual do Municipal do Rio dá destaque para os artistas da casa, sem convidados estrangeiros e marca a última interpretação da primeira bailarina, Cláudia Mota, no papel título.
A primeira montagem de Giselle no palco carioca foi em 1913, durante a turnê dos Ballets Russes pela América do Sul, com as lendas Tamara Karsavina e Vaslav Nijinksy como estrelas.
A primeira produção local só aconteceu nos anos 1950s, com Tatiana Leskova e Berta Rosanova se alternando como a camponesa. Nos anos 1980s, tempos de muita popularidade na dança clássica brasileira, o Corpo de Baile passou a usar a versão do Royal Ballet de Londres, assinada por Peter Wright, com temporadas que alternavam grandes nomes da dança mundial da época com as estrelas locais.
Vi as Giselles de Nora Esteves, Aurea Hammerli, Cecilia Kerche e Ana Botafogo várias vezes, sempre me emocionando. Em 1982, a temporada contou com o lendário Fernando Bujones, que dançou com Ana em das noites mais memoráveis da companhia, eternizada pela gravação de TV que ainda é possível achar online. Mais recentemente, Marcelo Gomes liderou a temporada ao lado das estrelas atuais, Claudia Motta e Márcia Jacqueline.
A temporada atual traz como solistas Claudia Mota, Márcia Jaqueline, Juliana Valadão, Marcella Borges, Manuela Roçado, Cícero Gomes, Filipe Moreira e Rodrigo Hermesmeyer. Antes de cada apresentação haverá uma palestra gratuita, uma hora antes de cada espetáculo, onde artistas e historiadores falarão sobre vários temas ligados à Giselle. Os ingressos já estão à venda.
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